BONS PAIS – COMO AJUDAR OS FILHOS A SEREM PESSOAS MELHORES

BONS PAIS – COMO AJUDAR OS FILHOS A SEREM PESSOAS MELHORES

Não existe fórmula mágica que diga o deve ou não ser feito exatamente para criar seres humanos bons, mas mesmo que tivesse seria praticamente impossível colocar em prática e você vai entender o motivo.

Nossos comportamentos e atitudes são pautados em uma motivação essencial a todos os seres humanos: somos movidos por aquilo que acreditamos. A questão é que estas crenças não são as mais ou menos certas, são apenas as que nos foram transmitidas, o que significa que elas compõem nosso ser e, portanto, são sempre corretas para nós, pelo menos a nível subconsciente.

Dentro de cada pessoa existe coisas da mãe, do pai, do irmão, do professor, do colega que fazia bullying, do amigo que ajudou, da namorada que traiu, do chefe que deu uma oportunidade. Os primeiros aprendizados da vida, na infância, são sim os mais importantes, porém não são os únicos, tudo o que vivemos nos integra e nos modifica diariamente.

Contudo, temos, por questões lógicas, a tendência de interpretar as situações de acordo com a estrutura interna preexistente, isso quer dizer que as primeiras experiências de vida são muito importantes em nossa vida futura. Apesar de estas primeiras experiências serem registradas como verdades em nosso subconsciente, já que não existia nada ali que refutasse qualquer informação externa, no futuro podemos modificá-las e falaremos disso mais pra frente.

O que nos interessa nesse momento é que a maneira como me estruturei inicialmente será a base para qualquer nova experiência futura e é aqui que você começa a compreender o motivo de que, mesmo se houvesse uma “fórmula mágica” de como criar os filhos, seria praticamente impossível ser executada pela grande maioria das pessoas. Isso porque fazemos o que estamos programados para fazer. Dependendo do aprendizado e da experiência anterior, agiremos no presente.

Isso quer dizer que não existem formas consideradas mais adequadas para se agir? É claro que existem e citarei algumas, baseado na minha experiência clínica com diversos casos disfuncionais, mas agora é importante compreender que agimos hoje de acordo como aprendemos e automatizamos durante nossa vida, isso não se muda da noite para o dia, para nossa mente seria como “perder a identidade”, se não houver antes uma reeducação dessa mente.

Você deve ter se dado conta disso, dessa automatização, em diversos momentos de sua vida onde se programa para fazer algo, mas na hora faz exatamente o oposto do programado ou, no mínimo, o que sempre fez das outras vezes, se vendo preso num looping quase infinito.

Nós sabemos que nenhum extremo é positivo e o ideal é o equilíbrio entre as coisas e, quando se trata de criação de filhos, os dois extremos observados são: superproteção e indiferença.

Na superproteção um comportamento de fazer tudo pelo filho é destaque. Nada pode ser realizado sem a companhia do pai ou mãe e, na marioria das vezes, são os pais mesmo que fazem tudo no lugar do filho. A busca por não querer que sua cria sofra o mesmo que sofreu no passado faz com que essa mesma cria se torne incapaz no futuro. A criança cresce sem estímulos necessário para lidar com frustração, medo, tristeza e outras dores.

Na outra ponta está a indiferença, acompanhada ou não por violência, já que “eu apanhei muito quando era pequeno e não virei assassino“. A ideia de que o sofrimento que teve na infância gerou o adulto competente de hoje é supervalorizada em detrimento a toda a dor, mágoa e raiva que se carrega até hoje e é descarregada em cima de alguém inocente, o filho. Isso faz com que o ciclo nunca acabe, trazendo a real possibilidade de gerar mais um ser humano “competente”, mas infeliz e rancoroso.

Muitas coisas podem estar (e estão) envolvidas por detrás de comportamentos prejudiciais na criação de filhos (e em todos os outros problemas de nossa vida), contudo na grande maioria das vezes são observadas situações mal resolvidas com os próprios pais na infância. Isso porque eles foram as primeiras figuras de autoridade de nossas vidas e os que mais impactaram para nossa estruturação psíquica.

Sendo assim, a maneira mais eficaz de melhorar a postura atual com os filhos é resolvendo essas pendências com nossos pais. Se torna essencial o reconhecimento deles como seres humanos, antes de serem pai ou mãe, que, na ânsia por acertar e fazer o melhor que achavam que estavam fazendo, erraram muito. É preciso que possamos reconhecer os pontos que eles nos falharam conosco para que possamos perdoa-los. Lembrando que, sobre o perdão, discutido no artigo “O que te impede de perdoar alguém mesmo querendo” (Link direto: https://www.italysfranca.com.br/artigo/o-que-te-impede-de-conseguir-perdoar-alguem-mesmo-querendo) perdoar não significa aceitar, gostar, concordar, nem mesmo verbalizar isso para eles; basta apenas que tenhamos a consciência de que aquilo foi sim o melhor que puderam fazer, com o que tinham, mas que você não continuará carregando a dor gerada pela compreensão daquela criança.

E aqui que compreendemos que nossos comportamentos atuais serão mudados com eficiência desde que usemos nossa inteligência de hoje para dar novos significados a experiências passadas, interpretadas antes de maneira deficitária, quando não tínhamos a capacidade cognitiva atual.

Percebo em meus atendimentos, além da teoria, que o que é mais buscado por qualquer ser humano é ser aceito. Ser aceito como filho, como pai, como marido e que, para isso, nossa mente fará de tudo. Por isso, sempre que existir a oportunidade de você mostrar para seu filho que gosta dele (seja elogiando ou reprimindo um comportamento ruim) faça. Além de fazer, fale. Não há nada mais satisfatório para um filho ou filha em saber que você tem orgulho de quem ele é e de que você gosta de ser seu pai ou mãe.

Lembre-se, não é a quantidade de tempo que você passa com ele, mas o que você faz nesse tempo, o impacto que você gera em sua mente com as coisas que você fala e faz.

E outra coisa, não se culpe, você errou muito e vai continuar errando. O importante é compreender onde precisa melhorar e buscar o que for necessário para realizar essa mudança. Tudo vai dar certo!

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