Existem muitas condições que nos prendem a um relacionamento de agressividade, seja ela física ou emocional. Essa prisão pode estar relacionado a nosso sentimento de medo daquele que nos agride, sentimento de impotência/incapacidade de viver sozinho ou sem ele(a), sentimento de merecimento das agressões, sentimento de naturalidade com aquele contexto, sentimento de desesperança em algo melhor, sentimento de necessidade de salvação do outro, significado distorcido sobre comportamento agressivo.

Em todos os casos tenho um terceiro agressivo ao meu lado, contudo se analisarmos mais profundamente sou eu quem me permito estar na situação, por mais delicada que possa ser a situação. Algumas pessoas podem dizer que temem pela própria vida ou dos filhos, mas mesmo assim é uma decisão tomada por si mesmo, considerando os riscos, em permanecer naquele ambiente. Contudo, o que acontece é que, por mais que casos mais complexos assim existam, não são a totalidade, observamos discursos como: “mas eu amo”, “mas ele é um homem/mulher bom, trabalhador, nunca deixou faltar nada”; denúncias são tiradas, não por ameaça, mas por arrependimento, porque acredita que aquilo é amor ou que não merece algo melhor.

É por isso que somos nosso maior agressor, porque existe algo em nós que nos prende a situações como essas e é preciso identificar o que é isso, para ser trabalhado e resolvido. É se perguntar: “Porque tenho plena consciência que não dá mais certo, mas continuo?”, “O que estou buscando?”. Tenho que compreender isso para conseguir pensar em como sair. É preciso conhecer a fera que estamos enfrentando para escolher a arma ideal para combatê-la.

Você pode se ver preso, dependente de um fator externo para se libertar de algo? Claro! Se acontecer, busque informação, apoio judicial, pode ser necessário sim. Mas, se identificar que, no fundo, tem algo SEU te prendendo ao sofrimento, busque ajuda para resolver essa pendência. Você não merece sofrer! Você merece ser feliz, todos nós merecemos!